
A Wikipédia, oráculo moderno, assim define a atividade: puteiro é o local destinado à prostituição, o qual atua muitas vezes de forma ilegal, uma vez que tal prática ainda é considerada crime em grande parte dos países (...) Os prostíbulos são geralmente administrados por mulheres mais velhas - via de regra ex-prostitutas - que assumem a liderança da casa de prostituição onde trabalharam ou abrem outra, com novas meninas. As proxenetas, ou, mais popularmente cafetinas, as "matronas" ou "patroas" são em geral carinhosamente chamadas de "mãe", "mãezinha", "mãinha", "tia", "dona" etc. Quase sempre gozam de prestígio e respeito nas comunidades onde vivem”.
Acrescentando ao conceito, interessante ressalvar que tais casas recebem gente de todo tipo: de pobres e "fodidos" a ricos e poderosos.
Acrescentando ao conceito, interessante ressalvar que tais casas recebem gente de todo tipo: de pobres e "fodidos" a ricos e poderosos.
Pois bem, a definição supra parece se justapor com exatidão à realidade dos grandes meios de comunicação: são geralmente administrados por pessoas mais velhas – via de regra ex-jornalistas ou pessoas ligadas à grupos políticos – que assumem a liderança do Jornal ou TV em que trabalham ou abrem outro, com novas “meninas”. As matronas brasileiras são carinhosamente reverenciada por todos, e gozam de grande prestígio na sociedade, sendo suas casas freqüentada por gente da mais alta classe, dentre eles políticos, empresários, autoridades etc.
Feita tal reflexão, entendo porque a imprensa brasileira, embora aja a margem da moral (quiçá da lei), não é incomodada por ninguém. Conforme sintetiza um amigo, têm verdadeira “licença para matar”: distorcem a verdade; dão ênfase apenas ao que lhe interessam; deixam de divulgar assuntos que não lhes é conveniente; são panfletários; se curvam diante do poder econômico; se acham no direito de criticar a todos e qualquer instituição, mas jamais aceitam que alguém lhe faça qualquer crítica.
Quando alguém fala em “Controle da Imprensa” logo reagem e se escondem sobre o véu da “liberdade de expressão”. Aliás, é comum a qualquer ditador procurar argumentos éticos para justificar suas atrocidades: Hitler matou indiscriminadamente sob o pretexto de reconstruir a então destruída Alemanha; os militares brasileiros deram um golpe de estado e governaram durante anos sobre o pretexto de garantir a “segurança nacional”; os EUA invadiram o Iraque, dizimaram homens, mulheres e criança para proteger o mundo da “ameaça nuclear”, o que ficou provado posteriormente não passar de um mais um engodo dos senhores das armas.
Não quero aqui colocar em evidencia o papel de jornalistas sérios, nem da importância da liberdade. Mas o que quero é salientar que qualquer direito e liberdade constitucional é limitado, até mesmo o direito a vida, eis em é permitida a pena de morte em caso de guerra (art. 5, inciso LXVII da CR/88). Qualquer Poder estatal ou instituição democraticamente eleita está sujeita ao controle social (Judiciário, Legislativo, Executivo, Ministério Público, Tribunal de Contas etc), e porque os meios de comunicação, que não são eleitos e estão concentrados na mãos de poucos, podem agir da maneira que lhes convier?
Recentemente tive um exemplo contundente. Alguém entrou na Justiça pleiteando indenização de uma emissora de TV por acreditar ter sido exposto injustamente. No final do processo, o Juiz entendeu que o meio de comunicação tinha razão. Um outro amigo, empolgado com a decisão, fez um resumo e remeteu à um site para publicação, espaço este dedicado a este tipo de artigo. A responsável, com muito “jeitinho”, lhe telefonou, elogiou o artigo, mas disse que não iria publicar eis que a ética da categoria não permite divulgação de informação envolvendo outro meio de comunicação.
Pergunto: não poderiam publicar a matéria omitindo apenas o nome dos envolvidos, como comumente o fazem em relação a outros casos? Reflito: se não publicam uma decisão favorável a imprensa, o que dizer então em relação a uma crítica ou decisão desfavorável. Repugno: quanto vezes ficamos sem acesso a informações importantes por causa da “ética da imprensa”?
Imaginemos se, pelas mesmas razões, um policial deixasse de prender um subalterno que acabasse de cometer um crime? Um Prefeito deixasse de cobrar IPTU de um correligionário? Um Promotor de Justiça deixasse de processar um candidato, que desrespeitou a lei eleitoral, por ter sido ele também Promotor no passado?
A questão se agrava ainda mais quando pensamos que os meios de comunicação funcionam sob o regime de concessão pública, ou seja, atuam em uma seara pública e, portando, deveriam se submeter aos princípios inerentes a tais atividades, mormente os estampados no art. 37 da CR/88.
Ao contrário, o que vemos é uma imprensa corrupta, mentirosa, vendida, sem compromisso com a verdade, que não respeita a pluralidade existente no país; uma imprensa que quer passar a imagem de "pensamento único", de "imparcialidade" , mas que faz de si mesmo uma "garota de programa" diante dos poderosos.
Ao contrário, o que vemos é uma imprensa corrupta, mentirosa, vendida, sem compromisso com a verdade, que não respeita a pluralidade existente no país; uma imprensa que quer passar a imagem de "pensamento único", de "imparcialidade" , mas que faz de si mesmo uma "garota de programa" diante dos poderosos.
Certo é que a prostituição não é crime, mas tão somente a exploração dela por terceiros, seja mantendo a casa de prostituição (art.229 do CP), ou atuando como cafetão (art.230 do CP). Contudo, se a prostituição não é crime do país, mas sim a sua exploração, porque não prender as matronas corruptas e mentirosas da imprensa e política brasileiras, que se locupletam da prostituição de certos profissionais, sob a acusação de rufianismo? Porque não colocar o controle dos meios de comunicação nas mãos de pessoas que possam representar a diversidade cultural, política, filosofica e cultural existente no pais ? E que assim sendo, tais possam agir com total liberdade, ancorados na verdade e acima de tudo comprometido com os preceitos morais e éticos.
Para arrematar, melhor pensando, minhas escusas, pela comparação inadequada, às senhoras que se dedicam a venda de seus corpos . Ao menos elas, diferentemente da imprensa, dispõem daquilo que exclusivamente lhes pertence, além do que, em um puteiro, as coisas são bem mais claras.
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Se acaso me quiseres/ Sou dessas mulheres Que só dizem sim/ Por uma coisa à toa/ Uma noitada boa /Um cinema, um botequim /E, se tiveres renda /Aceito uma prenda Qualquer coisa assim /Como uma pedra falsa /Um sonho de valsa /Ou um corte de cetim /E eu te farei as vontades /Direi meias verdades /Sempre à meia luz /E te farei, vaidoso, supor/ Que é o maior e que me possuis /Mas na manhã seguinte /Não conta até vinte /Te afasta de mim/ Pois já não vales nada /És página virada/ Descartada do meu folhetim. (Chico Buaque de Holanda em “Folhetim”.)
E esse assunto vc pautou em 2011. Gostaria que vc reverberasse esse assunto agora em 2022.
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